Sexta-feira, Outubro 19, 2007

Sr. Greenspan e a Bolsa Chinesa

Recebi ainda pouco um email de meu irmão, também investidor na Bolsa, com a seguinte notícia:
"19/10/2007 - 15h08
Greenspan prevê crack da Bolsa na China
WASHINGTON, 19 Out 2007 (AFP) - O ex-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Alan Greenspan, advertiu nesta sexta-feira que os mercados de ações chineses, que vêm batendo recorde atrás de recorde, estão se encaminhando para uma queda vertiginosa.
"Haverá um crack na China. Só não sei quando", afirmou Greenspan, em uma entrevista concedida à revista Emerging Markets publicada nesta sexta-feira.
Greenspan, que continua sendo uma figura muito ouvida em Wall Street, baseia sua conclusão na "ausência de cultura histórica dos mercados" chineses.
A Bolsa de Xangai duplicou seu valor desde o início do ano, depois de subir 130% em 2006. De qualquer forma, parece estar havendo uma pequena correção, depois da "exuberante irracionalidade dos últimos meses".
A Bolsa de Xangai fechou em baixa nesta sexta-feira, em 5.818,05 pontos, depois de despencar 3,50% na quinta-feira."
Obviamente, não poderia deixar de dar minha opinião a respeito. Aí vai.
Há algum tempo (março de 2007) eu comentava aqui em meu blog sobre o assunto China e Bolsa de Valores, nos links a seguir:
http://www.lcdias.com.br/2007/03/retornando.html e http://www.lcdias.com.br/2007/03/como-funciona-bolsa-de-valores-de.html.
O Sr. Greenspan merece todo o meu respeito, e não poderia ser diferente. Mas este senhor, já com mais de 80 anos, está omitindo, não sei se propositalmente, que os ganhos na Bolsa de Nova Iorque, de 12/03 até 11/10, alcançaram nada mais, nada menos do que 13,8%. Ganhos dessa ordem na economia americana não acontecem sempre. Isto se verificou, mesmo com todo o problema das subprime, que vieram à tona com intensidade, exatamente no mês de março, embora em fevereiro eu já tivesse comentado o temor do mercado financeiro em meu blog.
Há que se considerar alguns aspectos nesse embroglio todo:
1 - o investidor, de um modo geral, em economias estáveis, não fica esperando grandes lucros; é bateu-valeu, ou seja, subiu dentro de suas expectativas, vende e fatura; se cair além de sua previsão, ele também vende; são os famosos stop;
2 - nos dias atuais, as empresas americanas, logo os EUA, são altamente dependentes da China, pois as empresas americanas estão usando a China para baratear os custos de produção: uma quebra geral na China vai respingar, e feio, na economia americana e de quebra, na economia mundial; não acredito que permitam isso, enquanto estiverem se dando bem;
3 - apesar dos temores do Sr. Greenpan com a China, as empresas americanas continuam apresentando aumentos consideráveis em seus lucros. Vide os anúncios bem recentes de Google, Caterpillar, Coca-Cola, JP Morgan, McDonald´s, Honeywell e outras mais, as vendas da GM cresceram 4% no terceiro trimestre, e o governo chinês anuncia um crescimento de 11,5% no terceiro trimestre. É bem verdade que os lucros do Bank of America e da Xerox cairam no terceiro trimestre, mas não só de aumento de lucros vive a economia. Se alguns ganham, outros perdem. Principlmente quem andou apostando nas subprime;
Assim, continuo acreditando que a alardeada derrocada no mercado chinês, caso venha a acontecer, pois todo o mercado acionário mundial é vulnerável, ainda deverá demorar um bom tempo. O tempo suficiente para que os EUA concluam que já teriam se beneficiado o suficiente e que foi chegado o momento de cair fora. Lembremo-nos de outros casos asiáticos: primeiro foi o Japão, depois os chamados tigres asiáticos (Tailândia, Coréia do Sul, Filipinas, Malásia e outros), muitos dos quais, até hoje não se recuperaram. Talvez uma honrosa exceção: Hong Kong.
As quedas na Bolsa de Xangai são sempre grandes, o mesmo ocorrendo com as altas.
Não nos esqueçamos o anuncio de hoje, dando conta de que a China tem 345 milionários. Não é nada, não é nada, não é nada mesmo, para a população que existe por lá. Mas o fato real é que há pouco tempo, nem isso eles tinham. O número representa um aumento de 7,8% em relação a 2005. Para isto contribuiu a alta de 130% da Bolsa chinesa registrada ano passado.
Vamos aguardar e ver o que acontecerá; talvez uma próxima alta!

 
 

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