Celebrar ou não celebrar Halloween?

Halloween é uma moda, uma festa, um novo costume que se impôs nos últimos anos, graças, em parte, à persuasão do cinema e da televisão?
A festa de Halloween se introduziu inclusive nas escolas de países nos quais há apenas alguns anos se desconhecia a existência dela. Em muitos centros escolares, desde a escola primária à superior, os professores organizam a festa junto aos alunos, com jogos e desenhos.
A festa se remonta ao paganismo dos celtas. O 1º de novembro, era para eles o primeiro dia do ano, a festa na qual os espíritos buscavam corpos para reencarnar-se. A Igreja, na Idade Média, substituiria esta tradição pela festividade de Todos os Santos, que é seguida depois pelo dia de Finados (ou Fiéis Defuntos).
O escritor italiano Paolo Gulisano, autor de numerosos ensaios sobre literatura de fantasia e sobre a cultura anglo-saxônica abordou o tema em todos seus aspectos, em uma entrevista recente."Há quem veja no Halloween um retorno a formas de paganismo e quem, ao contrário, veja um rito folclórico e de consumismo, uma espécie de inócuo carnaval fora de temporada. O fato é que ninguém recorda, não só entre as crianças e jovens, como no âmbito midiático popular, a festividade cristã que Halloween está suplantando: Todos os Santos. Em 1º de novembro se confundiu com a comemoração do dia de Finados, que cai, na realidade, no dia seguinte."
Segundo Gulisano, o nome Halloween "é a deformação americana do termo, no inglês da Irlanda, All Howllows' Eve: Vigília de Todos os Santos. Esta antiqüíssima festa chegou aos Estados Unidos, junto com os imigrantes irlandeses e lá se enraizou, para sofrer recentemente uma radical transformação.
Halloween não é mais que a última versão, secularizada, de uma ortodoxa festa católica. Em sua atual versão secularizada, buscou-se descartar o sentido católico de Todos os Santos, mantendo em Halloween o aspecto lúgubre do mais além, com os fantasmas, os mortos que se levantam dos túmulos, as almas perdidas que atormentam aos que em vida lhes fizeram dano: um aspecto que se tenta exorcizar com as máscaras e as brincadeiras."